Está a dar no telecine. Escusado será dizer que a Jane Austen é uma das minhas autoras preferidas. Este não é o meu favorito, mas é sempre bom revê-lo, ainda para mais numa adaptação cujo argumento teve o dedo de Emma Thompson. Rima bem com a noite de Inverno que está lá fora. Com o chá que, não tarda mesmo nada, irei preparar. Apesar de ser muito trágico para o meu gosto (estas coisas são sempre muito pessoais), terá sempre o lugar de ter sido o que me levou a descobri-la. Sem dúvida que foi uma mulher muito vanguardista, para a época. Eu não quero nem imaginar o que seria viver naquele tempo - como ainda há pouco a personagem da Emma Thomson bem recordava: as mulheres não herdavam nada dos pais e nem sequer podiam fazer fortuna. Tinham de se contentar com o que lhes aparecia à frente. E também não convinha que fossem, minimamente, inteligentes - ainda hoje há quem pense assim, mas isso agora não vem ao caso.
Outra coisa que eu acho absolutamente adorável é a ridicularização de algumas personagens (em todos os livros há sempre um ou outro esterotipo da época levado, digo eu, quase ao extremo).
Gosto que tenha tido a audácia de criar personagens femininas tão especiais (sim, algumas masculinas também, o Mr. Darcy dá 20 a zero ao Edward Ferrars - curiosidade: há um filme, ou melhor dois, em que o Hugh Grant (Edward Ferrars) e o Colin Firth (será sempre o Mr. Darcy) andam, literalmente, à pancada. No entanto, tenho de admitir que, já na altura, achei que havia nesse filme alguma inspiração nessa outra obra, Orgulho e Preconceito.
Poderia estar aqui uma noite atrás da outra a divagar sobre os livros da Jane Austen - quando se gosta, gosta-se sempre.